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Raspberry Pi – Um mundo de possibilidades

Confesso que desde que surgiram as primeiras versões do Raspberry Pi, fiquei bastante empolgado e louco para colocar as mãos em um exemplar para fazer diversos testes. Mas antes de falar sobre os testes, vamos ao básico: Raspberry Pi é um microcomputador do tipo SBC – Single Board Computer, ou seja, um computador completo em uma única placa. Para melhorar a coisa toda, essa plaquinha tem aproximadamente o tamanho de um cartão de crédito e consome pouquíssima energia se comparado à um PC comum, mesmo os mais modestos. Sim, é bem pequeno, conforme você pode ver na foto abaixo:

Foto do Raspberry Pi 2

Raspberry Pi 2: Tirei essa foto da minha placa já dentro da caixinha dela e em cima do meu teclado.

Muitos ainda confundem Arduino com Raspberry Pi e, na verdade, são coisas completamente diferentes.

O Arduino é um microcontrolador com hardware open-source. Já o Raspberry Pi é um microcomputador completo. Cada um possui aplicações bem específicas e, dependendo do projeto, você irá se sair melhor com um ou com outro ou até mesmo utilizando os dois ao mesmo tempo. Um não compete com o outro, muito pelo contrário, os dois são completamente independentes e podem até se complementar para a criação de algo bastante complexo.

O modelo que possuo é o Raspberry Pi 2 Modelo B que possui uma configuração nada modesta para um tamanho tão diminuto: Processador ARM Cortex-A7 com 4 núcleos de 900Mhz, 1 Gb de memória RAM, 4 portas USB, 1 Ethernet, 1 HDMI com resolução FullHD e Slot MicroSD. Além dessa ignorância de hardware, ainda possui 40 pinos GPIO, que são porta programáveis para entrada e saída de dados, o que o torna extremamente poderoso e quase que ilimitado em suas aplicações práticas.

Existem vários sistemas operacionais para o Raspberry Pi, sendo que o oficial e mais utilizado deles é o Raspbian, uma versão do Debian otimizada para rodar nessa plaquinha. Obviamente, existem outros sistemas operacionais baseados em Linux e até uma versão IoT do Windows 10 para ele. Vale lembrar que essa versão IoT do Windows 10 para o Raspberry Pi não é uma versão completa com desktop e foi feita para utilizar em dispositivos embarcados, ou seja, feitas para rodar programas desenhados especificamente para essa interface ou, como diz a própria Microsoft, é a versão IoT significa “Internet of Things” ou “Internet das Coisas” em tradução livre. Por isso, não espere comprar um Raspberry Pi para rodar a versão desktop do Windows 10 porque você não irá conseguir por vias normais e/ou oficialmente suportadas.

Conheça os sistemas distribuídos oficialmente para o Raspberry Pi em seu site oficial.

Dentre as aplicações práticas do Raspberry Pi, posso destacar algumas que são bastante comuns entre os usuários que adquirem essa placa:

Media Center

Essa é, com certeza, a primeira aplicação que vem na mente dos que possuem esse mini-computador e, com toda a certeza, é onde colocamos à prova todo o poder de fogo do Raspberry Pi. Para não ficar pra trás, esse foi o primeiro uso que dei ao meu Raspberry Pi 2.

Para a minha felicidade, no próprio site do Raspberry Pi existe uma versão do OpenELEC feita especialmente pra ele e que, diga-se de passagem, funciona muito bem no nosso guerreiro. O OpenELEC é uma versão do Kodi, antigamente conhecido como XBMC, apropriada para o Raspberry Pi e, acreditem, é extremamente fácil instalar e configurar o OpenELEC (ou qualquer outro sistema operacional) no Raspberry Pi. Basta baixar a imagem diretamente do site oficial, executar alguns rápidos procedimentos e pronto, está tudo lá instalado e funcionando bonitinho, como manda o figurino.

Já no primeiro boot depois de instalar o sistema, aparece uma tela para configuração do OpenELEC e então é só sair usando. Simples, fácil e rápido.

Para configurar e utilizar o OpenELEC você pode fazê-lo através de teclado/mouse conectado às portas USB do seu Raspberry Pi ou através do controle remoto da TV. Isso mesmo! Se você conectou o seu Raspberry Pi à sua TV através de um cabo HDMI, o OpenELEC pode ser controlado através da função HDMI CEC (Consumer Eletronics Control) da sua TV. O nome varia de fabricante pra fabricante e, no caso aqui da TV que utilizei, uma Philco, o nome dessa função é HDMI T-Link, mas você pode encontrar o mesmo recurso com outros nomes, como os citados abaixo:

BRAVIA Theatre Sync (Sony), Anynet (Samsung), Aquos Link (Sharp), Kuro Link (Pioneer), CE-Link and Regza Link (Toshiba), RIHD (Remote Interactive over HDMI) (Onkyo), Simplink (LG), HDAVI Control, EZ-Sync and VIERA Link (Panasonic), EasyLink (Philips) e NetCommand for HDMI (Mitsubishi).

Nos meus testes aqui consegui rodar perfeitamente um vídeo em MKV full HD (1080p) no Raspberry Pi 2 sem nenhum engasgo. Fiz vários testes também com streaming e tudo funcionou perfeitamente.

Como nem tudo são flores, a minha ideia de ter um Media Center no Raspberry Pi morreu depois que descobri que não existe ainda uma forma de rodar o Netflix nele. Pois é… depois de vários e vários dias pesquisando a fio, não encontrei sequer uma solução que fizesse o Raspberry Pi rodar o querido Netflix.

NAS – Network-Attached Storage

Este é um dos meus usos atuais do Raspberry Pi 2 que possuo. Digo que é UM dos usos atuais pois o guerreiro é realmente polivalente e logo vai se tornar uma central completa de automação aqui do meu escritório. Falarei sobre isso mais pra frente.

Configurar o Raspberry Pi 2 para funcionar como NAS foi bastante fácil. Instalei o Raspbian nele, fiz toda a configuração de rede, adicionei um HD externo via USB, configurei o SAMBA no Linux e voilà! Tenho um NAS funcionando 24h por dia para salvar meus backups, armazenar vídeos (que posteriormente podem ser assistido nas minhas TVs através de compartilhamento de mídia) e, obviamente, controlar isso tudo de forma bastante fácil e consumindo pouquíssima energia.

Infelizmente o Raspberr Pi 2 não possui interface SATA, o que, por enquanto, me impossibilita de instalar vários HDs em RAID para ficar uma coisa mais completa, mas da forma que está já me atende muito bem e consumindo pouquíssima energia.

É importante lembrar que para ligar um HD externo ao seu Raspberry Pi, você precisará de uma fonte para o seu HD ou então de uma fonte bastante forte (Acima de 2Am) para o seu Raspberry Pi, caso contrário você corre o risco do HD não funcionar direito ou até mesmo da placa ficar reiniciando ou até mesmo se recusar a funcionar devido à falta de energia. Recomendo fortemente o uso de HDs externos com alimentação também externa e que não dependa apenas do cabo USB para alimentá-lo.

Servidor VPN

Este é mais um dos usos que dei ao meu Raspberry Pi 2.

Como vocês devem saber, trabalho também com administração de servidores de Internet e, para isso, tenho em meus servidores algumas diretivas de segurança onde eu só posso acessar algumas áreas desses servidores se for através da rede da minha casa, que possui IP fixo.

Para isso, escolhi o OpenVPN, um servidor não muito fácil de instalar e nada prático. Ainda encontrarei outra forma segura de fazer isso, mas por enquanto me atende bem.

Servidor Web

Mais um uso do meu Raspberry PI 2.

Oras, o Raspbian é um versão do Debian, um Linux, logo, pode ser utilizado como servidor Web ou qualquer outro tipo de serviço que funcione na Internet (dadas as devidas restrições de cada serviço).

No meu caso aqui, utilizo o servidor web apenas como teste para algumas aplicações que desenvolvo e/ou implemento para clientes, mas futuramente será a base da minha central de controle de automação residencial aqui da minha casa. E não é apenas um servidor web qualquer. É um Apache + PHP + MySQL, ou seja, um ambiente web completo para rodar os mais diversos tipos de aplicações.

Outas Aplicações e Módulos

Lembram que falei das 40 GPIOs disponíveis no Raspberry Pi 2? Pois é… agora vem a utilidade dessas GPIOs.

Junto ao Raspberry Pi 2 você pode utilizar uma série de módulos que podem transformar o seu pequeno computador em coisas que vão desde uma central de automação residencial até em robôs completos executando diversas funções.

Existem no mercado, módulos dos mais variados tipos e, pelo que pude pesquisar até agora, a maioria dos módulos (ou bricks) disponíveis para Arduino, funcionam perfeitamente no Raspberry Pi. Só deve-se levar em conta que o Raspberry Pi não possui tantas proteções quanto um Arduino e que, a ligação de um módulo de forma errada pode simplesmente matar o seu Raspberry Pi que sequer servirá como peso para papel.

Dentre os módulos mais comuns para Arduino e que são compatíveis com Raspberry Pi, posso citar os seguintes exemplos:

  • Emissor/Receptor IR;
  • Sensor de Luz;
  • Sensor de Umidade;
  • Sensor de Chuva;
  • Sensor de Temperatura;
  • Sensor de Distância;
  • Sensor de Som;
  • Módulos de Relé;
  • Sensor de Presença;
  • Módulo RFID;
  • Módulo Biométrico.

Esses são apenas alguns exemplos e não tenho conhecimentos em eletrônica, mas só como brincadeira, comecei a imaginar os mais diversos tipos de uso para o Raspberry Pi 2, como por exemplo, uma estação metereológica completa, com sensores de umidade, chuva e temperatura interligados, mandando as medições constantes para o Raspberry Pi e podendo ser acessadas de qualquer lugar através de uma interface web. Outro uso bastante interessante seria como central de automação residencial, ligando vários módulos relé no Raspberry Pi e controlando vários aparelhos elétrico da casa como luzes, portão eletrônico e portas com fechaduras automáticas. E por falar em portas, que tal ligar um módulo biométrico ao Raspberry Pi e utilizá-lo para abrir a porta do seu quarto ou escritório através das suas impressões digitais?

Notem que não estou falando aqui de nenhum projeto mirabolante, mas coisas bastante simples que podem ser feitas com módulos bastante baratos e que estão à venda em vários lugares na Internet. E quando eu falo que os preços são realmente baixos, posso citar o módulo emissor/receptor infravermelho  que custa na faixa dos R$ 15,00 ou até mesmo módulos de relé que custam também mais ou menos isso.

Se você é um inventor ou simplesmente gosta de brincar com as possibilidades, o Raspberry Pi certamente é uma plataforma que você precisa conhecer. Eu mesmo estou adorando ter um computadorzinho desses e estou bastante animado com as possibilidades que isso me dá de criar coisas extremamente uteis e que farão o meu dia a dia bem mais confortável!

O que você achou da ideia? Já tem um Raspberry Pi e tem ideia de mais algum uso? Deixe aqui nos comentários a sua ideia, com certeza poderemos criar ainda muita coisa bacana!