Migrando do Android para o Windows Phone

Pra começo de conversa, essa foi uma das decisões mais difíceis que tomei em relação à tecnologia. Sempre fui um grande fã e entusiasta do robozinho e desde o meu primeiro, já tive vários, sempre os considerados “de entrada” ou intermediários. Acontece que nos últimos meses o robozinho me decepcionou bastante no que se refere à desempenho do sistema. Um smartphone serve pra uma série de coisas mas, a função primordial ainda é ser um telefone, um aparelho para comunicação, enviar e receber chamadas telefônicas e incrivelmente essa função básica acabou virando um grande problema pra mim pois eu simplesmente não conseguia executar essa função no meu smartphone, ou, pelo menos, não com a facilidade que se espera. Antes que me acusem de lotar o smartphone com jogos e quinquilharias (coisas que não faltam na Play Store ou em qualquer outra loja de aplicativos de qualquer plataforma), devo dizer que mantinha apenas o básico no meu smartphone e nem aplicativos que sempre considerei pesados e mal feitos (o aplicativo do Facebook se encaixa aqui) eu mantinha instalado no smartphone, preferia utilizá-lo via navegador.

Comecei a ensaiar essa migração há alguns meses quando adquiri um Lumia 520 só pra testar o desempenho do sistema e, claro, como bom testador, queria conhecer o sistema através de um smartphone barato e considerado de entrada, da mesma forma que fiz com Android. Nesse primeiro teste de migração que fiz, o que logo de cara me chamou muito a atenção foi o desempenho de um aparelho com apenas 512Mb de memória RAM. Era simplesmente incrível como qualquer aplicativo, até mesmo o do Facebook, rodava liso nele. Mesmo as transições de tela ou mudança entre aplicativos passava uma sensação extremamente suave. Foi incrível como um aparelho de entrada fez eu me sentir usando um topo de linha dada a fluidez do sistema.

Como nem tudo são flores, logo me senti no escuro com o Sr. Google dando risadas em algum lugar escondido. Foi assustador usar um smartphone pela primeira vez e não ter acesso ao meu Gmail. Ok… dramas à parte, dá pra usar o Gmail no Windows Phone sim, mas não no meu caso, pois gerencio várias contas de e-mail e cada uma delas possui dezenas de filtros que são responsáveis por preservar o pouco de sanidade mental que ainda me resta. No Windows Phone não tem aplicativo oficial do Gmail, logo, ou você “transforma” o seu Gmail num e-mail comum (coisa que todos sabemos que ele NÃO é) ou vai ter que ralar bastante pra se adaptar.

Essa primeira sensação ruim de não ter o Gmail logo veio acompanhada dos corvos do apocalipse entoando o velho mantra do “NÃO TEM APLICATIVOS! NÃO TEM APLICATIVOS!” o que logo descobri não ser uma grande verdade. É certo que alguns aplicativos simplesmente não existem ainda no janelofone, mas a grande maioria está lá sim!! Até hoje só não consegui substituto à altura para o bom e velho Fing Network Tools (saudades de você, amigo!), mas o restante está indo muito bem, obrigado.

É claro que a lista de aplicativos que utilizo não é das maiores e a maioria é focada no meu trabalho e alguma pouca diversão. Vamos à lista:

  • Whatsapp;
  • Facebook (agora eu posso deixar você instalado, seu chato!)
  • Messenger do Facebook;
  • Telegram;
  • Calendário;
  • Skype;
  • Evernote;
  • Twitter;
  • Navegadores;
  • Viber;
  • Outros clientes de mensagem instantânea;
  • Tapatalk;
  • Bancos: Itaú, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil;
  • Authenticator;
  • CamScanner;
  • ContaSuper;
  • Dicionário da Língua Portuguesa;
  • Instagram;
  • Linkedin;
  • Office;
  • Paypal;
  • TeamViewer;
  • Tumblr;
  • VLC;
  • WordPress.

Notem que essa é a lista de aplicativos que EU utilizo no meu dia a dia encontrados em versões OFICIAIS na loja do Windows Phone e que não deixam absolutamente nada a desejar aos aplicativos para Android, muito pelo contrário, o aplicativo do Facebook, por exemplo, funciona infinitamente melhor no Windows Phone do que no Android e quem me acompanha pelas redes sociais sabe que eu sempre desci a lenha no aplicativo do Facebook pra Android porque, na maioria das vezes, ele é o grande vilão no que diz respeito à lentidão do aparelho, consumo de bateria e, obviamente, consumo de dados em segundo plano. Se você tem um Android, desinstale agora mesmo essa praga de aplicativo do Facebook do seu smartphone e seja um pouco mais feliz.

Voltando ao JaneloFone, o aparelho que escolhi (e dei conta de comprar) pra ser o meu smartphone oficial foi o Lumia 730, esse cara da foto aqui embaixo:

Lumia 730 Dual SIM

Não vou ficar aqui perdendo tempo falando de todas as especificações técnicas dele, mas devo dizer que para a sua faixa de preço ele é o melhor custo/benefício dos Lumias hoje em dia. Comprei o meu por cerca de R$ 550,00 e estou extremamente satisfeito com a compra. Obviamente, após eu comprar o aparelho, encontrei promoções onde era possível comprá-lo por até R$ 450,00 mas agora não adianta chorar o leite derramado.

Para o uso comum, o Lumia 730 é um excelente smartphone e o seu destaque fica por conta, principalmente, de 3 itens que podem fazer bastante diferença: A câmera traseira com 6.7Mpx que possui lentes Carl Zeiss e que garante fotos excelentes mesmo em poucas condições de luminosidade. A câmera frontal com 5Mpx que é ótima pra quem gosta de tirar selfies e, claro, o carro chefe da coisa toda que é a bateria que merecerá um parágrafo só pra ela logo mais.

A bateria do Lumia 730 possui 2200mAh e, bem, isso não quer dizer muita coisa, mas acredite, pela primeira vez a bateria de um smartphone meu durou mais que 24h e, melhor, ainda durante os primeiros dias de uso, que é quando estamos explorando ao máximo o novo aparelho em meio à empolgação e testes, ou seja, o telefone acaba ficando muito mais tempo ligado e “em ação” do que em espera. Como comprei o smartphone há algumas semanas e de lá pra cá o uso ainda não diminuiu muito, devo dizer que a bateria continua sendo bem valente, mesmo com as dezenas de aplicativos consumindo recursos com push e sincronizações. Deixo sempre tudo ligado e nunca utilizo a função de economia de bateria. Vejam a imagem abaixo e tirem suas própria conclusões:

Duração da bateria do Lumia 730

Como adendo, gostaria de dizer que a câmera traseira do Lumia 730 possui abertura do diafrágma de 1.9f e antes que pensem que eu sou um profundo entendedor de fotografia, eu não sei explicar muito bem como funciona isso, sei que, comparando com outros smartphones, essa abertura só perde para 1 smartphone Android que acabou de ser lançado (ou ainda está em fase de ‘vazamento de informações’). Basicamente essa é uma abertura bem grande e, utilizando-se da lógica, dá pra imaginar que quanto maior a abertura, mais luz chega ao sensor da câmera permitindo assim uma melhor captura da imagem.

Outra parte que me chamou bastante a atenção foi a questão de o Lumia 730 ser um Dual SIM, ou seja, um smartphone para dois chips, como se diz comumente aqui no Brasil. Nos Androids Dual SIM que utilizei essa função de ter um segundo SIM Card se assemelha muito mais à uma gambiarra do que algo realmente previsto e feito com o mínimo cuidado. É bastante comum ainda hoje em dia nos Androids um dos slots travar e você pensar que está lá disponível quando na verdade nem sinal está recebendo (mas o indicador continua lá firme e forte como se não houvesse nada errado) ou, na pior das hipóteses, o(s) slot(s) simplesmente parar(em) de funcionar e te obrigar a enviar o smartphone pra garantia. Acreditem, essa não é uma situação tão incomum quanto se pensa, acontece o tempo inteiro e que não faltam são relatos na Internet sobre esse pequeno “bug” do Android. Já no Lumia a coisa simplesmente funciona e, bem, não encontrei ainda relatos de travamento de um dos slots ou qualquer aberração do tipo que só acontece em smartphones Dual SIM. Mais um ponto positivo para o Lumia.

Ok, eu sei que esse post está ficando muito grande e talvez a maioria sequer tenha chegado até aqui, mas eu preciso falar da integração que a Microsoft vem fazendo de um tempo pra cá entre smartphones e desktops e que se concretizará com o lançamento do Windows 10.

Hoje o meu Lumia 730 está rodando com o sistema padrão, o Windows 8.1 que já possui uma integração mínima com o Desktop e, pra minha felicidade, muitos desenvolvedores já estão produzindo aplicativos que funcionam muito bem e de forma bem semelhante em ambas as plataformas. Com o Windows 10 a coisa será elevada a outro patamar pois a ideia da Microsoft é que haja apenas 1 plataforma, independente do dispositivo que você esteja utilizando, independente do tamanho da tela ou seja lá o que você possa imaginar. Isso significa basicamente que você terá no desktop e no smartphone o mesmo sistema rodando e isso me deixa bastante curioso para realmente ver todas as possibilidades dessa integração serem exploradas com aplicativos rodando bonitinho tanto no smartphone quanto no desktop e, principalmente, ver que a informação trafegará livremente entre os mais variados dispositivos de forma completamente igual, com os mesmos aplicativos e as mesmas funcionalidades, dadas as limitações de cada hardware, claro.

E já que falei do Windows 10, preciso dizer também que senão todos, mas a grande maioria dos aparelhos que rodam hoje o Windows Phone 8.1 serão atualizados para o Windows 10 e como esse post é basicamente uma comparação entre as duas plataformas, devo dizer que o Android comeu poeira nessa. É comum e muito frustrante ver aparelhos Android que foram lançados há pouquíssimo tempo receberem dos fabricantes um cartão vermelho no que se refere a atualizações do sistema. Só para vocês terem ideia, o Android hoje está oficialmente na versão 5.1 e ainda são lançados smartphones Android rodando a versão 4.4 (KitKat) e sequer existe uma agenda ou compromisso dos fabricantes de atualiza-los para a versão mais atual. É comum no “mundo Android” ver que enquanto parte dos aparelhos são ou serão atualizados, outros estão condenados à versões antigas e, na melhor das hipóteses, dependendo de desenvolvedores independentes que lançam ROMs alternativas para tentar dar uma sobrevida aos aparelhos que caem na obsolescência programada pelos fabricantes.