Sabe aquelas coisas que todo mundo tem e você não sabe pra que serve mas quer mesmo assim? Então, no momento esse é o caso do Google Wave. Poucos sabem ao certo pra que vão utiliza-lo, mas todo mundo quer usar, testar e falar sobre, mesmo que não tenha nada a dizer.
Estou no terceiro dia de testes com o Google Wave e até o momento não o vejo como o substituto dos programas de mensagem instantânea, nem com o substituto do e-mail como muitos dizem, o que encontrei nele foi uma ótima e poderosa ferramenta de trabalho colaborativo. Através do Google Wave dá pra fazer uma reunião super produtiva com uma equipe e de forma bastante fácil e descomplicada. Eu nunca havia visto nada comparável com isso antes.
Anarquia total
O ambiente do Google Wave é extremamente anárquico e produtivo e isso, além de ser uma grande vantagem, é, sem sombra de dúvidas, um grande problema para aqueles que pensam que o Google Wave será o substituto do Twitter ou do Bate Papo do UOL, pois quando temos um ambiente com esse grau de anarquia é necessário que todos tenham um comprometimento com o que está acontecendo ou a coisa vai ficar completamente sem sentido. Explico o motivo disso: no Google Wave, todos os participantes da “onda” podem apagar ou alterar o que qualquer pessoa escreveu ou enviou, logo, se tem um engraçadinho no meio da onda, ele tem o “poder” de apagar tudo que foi dito ou até mesmo sair editando tudo e distorcendo os fatos. É claro que dá pra saber quem foi que editou e/ou apagou o conteúdo através do “playback”, mas de qualquer forma me parece que não é possível reverter o que foi feito, logo, é uma versão do documento que fica na história e tudo deverá ser reconstruído à partir daquele ponto.
Aumentando o grau de anarquia do ambiente, as informações se apresentam de forma não linear, onde a qualquer momento qualquer visitante pode alterar o conteúdo da primeira mensagem, ou enviar uma nova resposta, ou enviar um arquivo no meio da “onda”. Felizmente existe o botão “playback”, onde você vê um replay de tudo que aconteceu até o momento e isso é com toda a certeza um ótimo recurso para os que costumam chegar atrasado em reuniões e até mesmo para os que focaram em algo “paralelo” no meio da reunião e acabaram se perdendo do conteúdo principal. Basta dar um “playback” e ver o ambiente se desenhando novamente.
Calma, é apenas um preview
O sistema ainda está em fase “preview” e isso significa que você ainda vai se deparar com vários bugs e, em alguns horários, com uma lentidão horrível, porém não é nada diferente do que poderíamos esperar de um produto recém lançado e ainda em fase de testes fechados (lembram do Orkut na época dos convites? Vivia dando pau também).
Como tudo ainda é muito novo, existem poucos gadgets disponíveis para uso. Já até existem alguns sites especializados em listar os gadgets disponíveis para o Google Wave. Naveguei no “diretório” de gadgets e, sinceramente, não achei nada de interessante e produtivo no meio daquilo tudo. Tem muita bobeira no meio como joguinhos e inutilidades e pouca coisa que facilite a produção de conteúdo.
Tsunamis
Como todos já devem imaginar, muitas pessoas estão mesmo empenhadas em explorar o máximo dos recursos do Google Wave, até mesmo para saber até onde podem ir com o serviço. Várias pessoas criaram verdadeiras tsunamis no Google Wave afim de testar a capacidade do serviço de comportar pessoas e mensagens em uma única wave. Até o momento, a maior “Tsunami” que tenho em minha inbox possui quase 400 participantes e mais de 400 mensagens enviadas entre texto, imagens, arquivos, mapas e tudo mais que os gadgets proporcionam.
Pelo que eu vi até o momento, essas tsunamis não provocaram sobrecarga no servidor, porém provocaram grande sobrecarga no browser dos participantes pois como existe o uso excessivo de Javascript para que tudo funcione perfeitamente, muita coisa é carregada no computador do visitante (javascript é client-side, ou seja, inteiramente carregado no computador do visitante) e isso acaba deixando o navegador lento e muitas vezes até mesmo travando o navegador.
Foi feito para o Chrome
Não é segredo para ninguém que o Google vem cada vez mais puxando a sardinha para o seu navegador, o Chrome, e com o Wave não foi diferente, até porque eles também vem preparando o Chrome para renderizar o Javascript de forma estupidamente eficaz há muito tempo, então, nem tente acessar pelo Opera ou Firefox, pra utilizar bem o Google Wave é preciso estar no navegador Google Chrome. Tentar abrir o Google Wave via Internet Explorer?
Eu, particularmente, achei isso terrível para a Internet no geral, pois isso me lembrou a guerra dos navegadores em mil novecentos e guaraná de rolha, no princípio da Internet Comercial, onde nós, desenvolvedores, éramos praticamente obrigados a desenvolver 2 ou 3 versões de cada site para que todos pudessem visualizar o site corretamente em seus diferentes navegadores. Tá certo que o Internet Explorer não é um primor pra renderizar Javascript mas eu fui insistente e cliquei no “go ahead” pra entrar sem instalar o “Google Chrome Frame”, resultado: Nada funciona. Nada está no lugar, nada funciona, nada é clicável, nada tem resposta e é impossível fazer qualquer coisa pelo Internet Explorer no Google Wave. Como desenvolvedor eu só posso lamentar esse tipo de coisa.
Relaxe e aguarde abrir para todos
Se você não é desenvolvedor e mal sabe utilizar o Gmail de forma eficiente, siga o meu conselho: fique na sua e não se afobe para conseguir um convite para o Google Wave, vá brincar primeiro com o Orkut e com o Gmail e depois que o Wave for lançado oficialmente você dá uma passadinha por lá pra ver do que se trata. Não adianta nada ficar desesperado por um convite para ter uma conta no Google Wave se você não tem nada o que fazer por lá.
Afinal, pra que serve o Google Wave?
Como já disse, na minha opinião o Google Wave serve para compartilhamento de um ambiente produtivo para um grupo, onde várias pessoas focadas em um só interesse possam compartilhar informações e trocar idéias de forma dinâmica.
A própria Google também diz pra que serve o Wave:
- Organizar eventos;
- Fazer Reuniões;
- Reunião de Grupos e Elaboração de Projetos;
- Brainstorming;
Eles também dizem “Compartilhar Fotos”, mas acho que o Orkut e o Picasaweb fazem esse trabalho de forma bem melhor.
Muito interessante seu post. Várias coisas sobre o Wave que eu não sabia ainda… Estou procurando ainda os convites, mas não acho em lugar nenhum, se puder me enviar um, ficarei grato.
[email removido por questões de segurança]
Ótimo Artigo sobre a moda do momento! Me classifico no grupo ‘Não adianta nada ficar desesperado por um convite para ter uma conta no Google Wave se você não tem nada o que fazer por lá.’
Estou linkando! 😀
Mto bom seu artigo, li sobre o Wave faz pouco tempo e depois de assistir o video de quase uma hora e meia de demonstração fiquei muito interessado no sistema.
Se for possivel por favor me mande um convite.
Grato
Isso foi bem ridiculo.
1 º O wave não funciona só no Chrome
2º É bem óbvio que o wave vai substituir o e-mail.
como você disse:
A própria Google também diz pra que serve o Wave:
* Organizar eventos;
* Fazer Reuniões;
* Reunião de Grupos e Elaboração de Projetos;
* Brainstorming;
para que você usa o e-mail mesmo?
“Pelo que eu vi até o momento, essas tsunamis não provocaram sobrecarga no servidor, porém provocaram grande sobrecarga no browser dos participantes pois como existe o uso excessivo de Javascript para que tudo funcione perfeitamente, muita coisa é carregada no computador do visitante (javascript é client-side, ou seja, inteiramente carregado no computador do visitante) e isso acaba deixando o navegador lento e muitas vezes até mesmo travando o navegador.”
Você seu computador também é de mil novecentos e guraná de rolha?
“É claro que dá pra saber quem foi que editou e/ou apagou o conteúdo através do “playback”, mas de qualquer forma me parece que não é possível reverter o que foi feito, logo, é uma versão do documento que fica na história e tudo deverá ser reconstruído à partir daquele ponto.”
Isso é possivel desde o inicio.
“Aumentando o grau de anarquia do ambiente, as informações se apresentam de forma não linear, onde a qualquer momento qualquer visitante pode alterar o conteúdo da primeira mensagem, ou enviar uma nova resposta, ou enviar um arquivo no meio da “onda”. Felizmente existe o botão “playback”, onde você vê um replay de tudo que aconteceu até o momento e isso é com toda a certeza um ótimo recurso para os que costumam chegar atrasado em reuniões e até mesmo para os que focaram em algo “paralelo” no meio da reunião e acabaram se perdendo do conteúdo principal. Basta dar um “playback” e ver o ambiente se desenhando novamente.”
porém, quando alguma menságem é editada, a mesma é automaticamente marcada como não lida.
na verdade, o fato de as informações poderem ser adicionadas em qualquer local melhora a comunicação. Pois normalmente uma conversa tem diferentes tópicos. nesse caso, você pode responder especificamente cada tópico, e não ter que fazer uma nova listagem respondendo tópico a tópico.
WAVE VAI DOMINAR O MUNDO!